Rodrigo Balassiano esclarece que no FIDC o gestor define a estratégia de investimentos, enquanto o administrador cuida da estrutura e conformidade do fundo.

Como se dá a segregação de funções entre gestor e administrador de FIDC

Por Wright Hughes 5 Min Read
Rodrigo Balassiano esclarece que no FIDC o gestor define a estratégia de investimentos, enquanto o administrador cuida da estrutura e conformidade do fundo.

A correta segregação de funções entre gestor e administrador de FIDC é essencial para a governança e a segurança das operações nos fundos estruturados. Rodrigo Balassiano, profissional com ampla atuação no setor, aponta que essa separação clara de papéis é o que garante integridade, eficiência e transparência ao longo de toda a vida útil do fundo. Em um ambiente regulado e sensível a riscos operacionais, a definição das atribuições de cada agente é indispensável.

No contexto dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), a relação entre gestor e administrador deve ser bem alinhada, mas tecnicamente independente. Essa configuração assegura que cada etapa do processo — da gestão dos ativos ao controle operacional — seja realizada com especialização e sem conflitos de interesse.

Segregação de funções entre gestor e administrador de FIDC: como ocorre na prática

A segregação de funções entre gestor e administrador de FIDC é uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e reflete as boas práticas do mercado. O gestor é o agente que toma decisões de investimento. Ele é responsável por selecionar os direitos creditórios, avaliar riscos, negociar com os cedentes e compor a carteira conforme os critérios definidos no regulamento do fundo.

Já o administrador assume funções operacionais e fiduciárias. Cabe a ele garantir o cumprimento das normas regulatórias, calcular o valor das cotas, controlar os fluxos financeiros e supervisionar todos os demais prestadores de serviço — incluindo o próprio gestor. Rodrigo Balassiano destaca que essa supervisão é essencial para reduzir assimetrias de informação e proteger os interesses dos cotistas.

A independência funcional entre os dois agentes também possibilita uma estrutura de “freios e contrapesos”, onde cada parte atua dentro de seus limites institucionais, sem sobrepor funções ou comprometer a integridade do processo.

Benefícios operacionais da divisão de responsabilidades

Entre os principais benefícios da segregação de funções entre gestor e administrador de FIDC, está a mitigação de riscos operacionais. Com cada agente focado em suas atribuições, o fundo ganha em organização, eficiência e capacidade de resposta diante de eventuais falhas.

A segregação de funções no FIDC garante que o gestor foque na rentabilidade e o administrador assegure a execução correta, explica Rodrigo Balassiano.
A segregação de funções no FIDC garante que o gestor foque na rentabilidade e o administrador assegure a execução correta, explica Rodrigo Balassiano.

Outro ganho importante é a credibilidade perante o mercado. Fundos que seguem modelos de governança bem definidos inspiram mais confiança nos investidores e apresentam maior aderência a práticas éticas e regulatórias. De acordo com Rodrigo Balassiano, essa percepção positiva contribui diretamente para a atratividade do fundo e sua longevidade no mercado.

A especialização também favorece o desempenho. O gestor pode se concentrar em análises de crédito, composição da carteira e estratégias de rentabilidade, enquanto o administrador se dedica à contabilidade, documentação e controle da conformidade.

Tecnologia como facilitadora da atuação integrada e segura

Embora as funções sejam separadas, a comunicação entre gestor e administrador deve ser fluida e baseada em dados confiáveis. Sistemas integrados, plataformas de workflow e trilhas de auditoria são essenciais para manter o controle em tempo real e evitar falhas de coordenação.

A tecnologia também viabiliza o compartilhamento eficiente de informações, respeitando os limites de atuação de cada parte. Rodrigo Balassiano ressalta que a digitalização dos processos e a automação das rotinas operacionais têm elevado o padrão de governança dos FIDCs e facilitado a atuação conjunta de agentes com papéis distintos.

Além disso, o uso de ferramentas robustas fortalece a rastreabilidade, a segurança dos dados e a capacidade de resposta a fiscalizações e auditorias externas.

Conclusão: uma base sólida para fundos estruturados

A segregação de funções entre gestor e administrador de FIDC não é apenas uma formalidade regulatória, mas um mecanismo central de controle, transparência e proteção dos cotistas. Quando bem aplicada, essa divisão sustenta a operação do fundo com responsabilidade e previsibilidade.

A experiência de Rodrigo Balassiano mostra que fundos com governança estruturada e definição clara de papéis tendem a apresentar maior solidez e desempenho consistente ao longo do tempo. A colaboração técnica entre gestor e administrador é, portanto, um dos diferenciais mais valiosos no mercado de fundos de crédito.

Autor: Wright Hughes

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