Promessas Vazias e Silêncio Cúmplice: O Que Brasileiros Precisam Saber Antes de Investir no Processo EB-2 NIW

Por Wright Hughes 4 Min Read

Cada vez mais brasileiros enxergam na imigração uma saída para alcançar melhores oportunidades profissionais e qualidade de vida. Entre as opções disponíveis, muitos são atraídos pela possibilidade de aplicar para o EB-2 NIW, um processo que, à primeira vista, parece recompensar méritos e excelência. O grande apelo está no fato de não exigir uma oferta de trabalho para a obtenção do green card. Entretanto, ao mergulhar na realidade do processo, muitos descobrem uma série de riscos que não foram apresentados no início da jornada.

O primeiro obstáculo real enfrentado pelos candidatos ocorre após a entrega da petição. Ao contrário do que se imagina, o processo não é avaliado por juízes ou especialistas com profundo conhecimento técnico, mas por oficiais administrativos do governo americano. Esses profissionais têm total liberdade para decidir com base em critérios subjetivos. Isso significa que mesmo dossiês robustos e bem preparados podem ser rejeitados sem justificativa clara, o que causa indignação entre os solicitantes.

Em vez de alertar os interessados sobre essa subjetividade, muitos advogados especializados continuam a vender a ideia de que o processo é seguro e promissor. As promessas de alta chance de aprovação e segurança jurídica são comuns em apresentações, reuniões e campanhas de marketing. Essa abordagem comercial ignora completamente a natureza instável das decisões e serve apenas para garantir contratos lucrativos. O cliente, confiando no conhecimento do especialista, avança sem ter noção das consequências.

É comum que, após a negativa, o candidato fique desorientado e sem suporte. Muitos relatam que o profissional que antes se mostrava disponível e confiante, passa a evitar conversas ou simplesmente repete que “isso acontece”. Essa falta de responsabilidade pós-recusa alimenta a sensação de ter sido enganado, o que, somado ao alto investimento feito, transforma o processo em um verdadeiro trauma emocional e financeiro.

A realidade é que o custo total para tentar esse caminho pode facilmente ultrapassar os quarenta mil dólares. Esse valor envolve honorários, taxas governamentais, traduções e preparação de documentação. Ao perceber que o retorno desse investimento depende da interpretação de um funcionário sem qualquer obrigação de seguir critérios objetivos, o sentimento de frustração se instala. O sonho da residência legal se desfaz de forma abrupta, e a família inteira sente os efeitos do golpe.

Enquanto isso, cresce silenciosamente o número de brasileiros com perfis excelentes que acumulam negativas sem explicações plausíveis. Profissionais das áreas de direito, educação e ciências sociais relatam experiências semelhantes: um processo que aparentava ser sólido, mas que foi descartado com argumentos genéricos ou até mesmo equivocadamente redigidos. Isso revela falhas no sistema que ainda não são enfrentadas de forma pública e transparente.

Diante desse cenário, é urgente que os brasileiros busquem informação de fontes sérias antes de embarcar nessa empreitada. A ilusão de que basta ter um currículo forte para ser aprovado precisa ser desconstruída. É preciso entender que o processo vai muito além de comprovar qualificação: ele depende da sorte de cair nas mãos de um avaliador atento, imparcial e minimamente técnico, algo que infelizmente não é garantido.

A melhor defesa contra esse tipo de decepção é o conhecimento. Conhecer os detalhes, questionar promessas exageradas e exigir transparência são atitudes fundamentais. O processo de imigração não é uma fórmula mágica e jamais deve ser tratado como uma aposta segura. Só assim será possível tomar decisões conscientes, evitar prejuízos desnecessários e proteger os próprios sonhos de se tornarem uma estatística de frustração.

Autor: Wright Hughes

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